Gente em Alhandra - Alhandra, detalhes

Nos becos a luz é diferente, é coada por pássaros Tem outras cores, e nuances mais doces que só existem ali Nos becos a água corre livre pelo chão, e há musgo fresco pelas bermas E as flores florescem sem medo nas paredes Nos becos há gatos que se roçam por mim, em miados lentos E pessoas que me olham espantadas, sem saber quem sou Nos becos abre-se a janela E toca-se a mão do vizinho da frente, e dão-se os bons dias E nalguns veem-se as traseiras sujas, quase envergonhadas das casas com fachadas brilhantes do lado de lá Nos becos da vila, a palmilhar os becos Encontrei de Alhandra, a sua Alma

O dia acaba de nascer, o homem sai da cama e vai para a janela. Demora-se a olhar pela mesma, antes de iniciar o ritual de preparação para a rotina diária. Na cama a mulher interroga-se sobre o que lá fora, lhe despertará tanta atenção. Dentro do homem uma história nasce e personagens ganham vida. Mais tarde ela própria acercar-se-á da janela e verá por si: o rio que corre com a azáfama de barcos habitual, o telhal cheio de gente naquela altura do ano, uma algazarra de rapazes-homens e homens-homens todos ocupados em fazer do lodo que o rio traz, tijolo e telha. Trabalho duro e necessário. O homem chamava-se Soeiro Pereira Gomes e o livro que escreverá inspirado nessa observação diária chamar-se-á Esteiros e nele vivem para sempre esses “filhos dos homens que nunca foram meninos”, para todos nós “vizinhos” aqui de Alhandra. Esta é uma história nossa, esta é a nossa História. O jardim do Coreto é hoje o Jardim Soeiro Pereira Gomes    ...

                                                                            Ganesha                                                                                                                                Afonso de Albuquerque Tudo na vida é transitório. 2018 aproxima-se do fim, para 2019 desejamos tudo de bom... (Em 2018 Afonso de Albuquerque é relembrado em Alhandra com um mural - fugaz tinta sobre fraca parede, apesar de tudo, uma linguagem contemporânea que...

o coração da vila é a Praça 7 de Março tudo nasce na praça as ruas que levam ao rio, à igreja, à estação, aos jardins, às escolas às lojas onde somos tratados pelo nome, e onde sabem exactamente o que queremos, aquilo de que gostamos, o que é a "nossa cara" na praça há feirinhas e encontros, manifestações e debates música às vezes na praça tudo se conversa e tudo se sabe é o ponto de encontro da vila onde o seu coração bate mais forte e onde se sente mais o Natal Feliz Natal!