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A mostrar mensagens de janeiro, 2019

Detalhes : a aprender o rio

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A aprender o Rio Aos sábados há um grupo de meninos e meninas que escolheu aprender o Rio. Aprender a sua beleza e serenidade, viver no seu azul, entender as correntes, marés e ventos de que é feito, conviver com os pássaros e com os peixes que saltam fora de água. São os pequenos velejadores da Secção Náutica do Alhandra Sporting Club. Aparelham os seus Optimist, os nós certinhos, a vela esticada, os apetrechos necessários e imprescindíveis em cada embarcação. Ajudam-se uns aos outros, riem alto, trocam saberes. Sempre atentos às palavras certas e directas dos seus treinadores. Já sabem o que é bolinar e orçar, e estibordo e bombordo, e tantas outras coisas! Sonham com as regatas onde irão, com os barcos novos que vão ter, com outros sítios onde sabem que velejarão em nome de Alhandra, tal como muitas gerações de velejadores fizeram antes deles! Perpetuam uma arte antiga, de um povo marinheiro! E no meio do rio o coração bate mais forte. Mas nada os des...

Detalhes : uma "caldeirada" Ephemera

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Ephemera Tudo passa, é certo...e o que é sólido esvai-se no ar. No outono as folhas deixam os plátanos e cobrem o lago no jardim dos peixinhos... Um dia nem haverá candeeiro, nem cais 14...nesse dia, não estaremos cá... Deixarão algum dia os pombos de voar sobre o casario ? Renascerá o Salvador Marques que se vê tão bem daqui ?... No céu as nuvens, nem ficam, nem nunca são as mesmas... Também as rosas do canteiro frente ao rio têm o seu tempo... Até as casas mudam, jogando com a nossa memória... Rosas, sempre haverá, mas serão mais bonitas as do ano que vem ? Usam-se as paredes, como janelas para a memória. Os dias vão nascendo sempre diferentes, é sempre inebriante o espectáculo que se abre perante nossos olhos quando nos abeiramos do rio. As flores são mais efémeras ainda do que os azulejos... Restos...um dos meus miúdos um dia confessou-me que também, em seu tempo tinha comprado secretamente umas latas de tinta e espalhado u...

Detalhes : Constantino Padinha, pescador do rio

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Domingo à tarde, um domingo maravilhoso, cheio de sol e de gente que caminha no Passeio Ribeirinho de Alhandra. Meia dúzia de passos e surge o meu destino, um bairro de casinhas cor de rosa todas iguais. Do lado direito, barcos, inúmeros barcos em terra (alguns infelizmente completamente degradados) e uma pequena marina, com uma bateira e vários barcos a motor. Florescem juncos nas margens e descubro um canteiro de alecrim. Está maré-vazia e as gaivotas patinham no lodo. Do lado esquerdo há redes e narças que secam ao sol. É aqui que vou procurar Constantino Padinha, pescador do rio. Vou encontra-lo ao sol, na companhia da esposa Emília Mendes e de dois dos seus filhos. “É dia de descanso, acha que com esta idade não mereço já descansar?” Afável, conta-me que sempre foi pescador no rio, que a sua vida é o rio, que dantes o rio trazia muito peixe, mas que agora vai apanhando uns robalinhos e de vez em quando uns linguados ou uma lampreia. Diz-me que os seus pais eram v...