Detalhes : uma "caldeirada" Ephemera


Ephemera


Tudo passa, é certo...e o que é sólido esvai-se no ar.

No outono as folhas deixam os plátanos e cobrem o lago no jardim dos peixinhos...

Um dia nem haverá candeeiro, nem cais 14...nesse dia, não estaremos cá...

Deixarão algum dia os pombos de voar sobre o casario ? Renascerá o Salvador Marques que se vê tão bem daqui ?...


No céu as nuvens, nem ficam, nem nunca são as mesmas...

Também as rosas do canteiro frente ao rio têm o seu tempo...

Até as casas mudam, jogando com a nossa memória...

Rosas, sempre haverá, mas serão mais bonitas as do ano que vem ?


Usam-se as paredes, como janelas para a memória.



Os dias vão nascendo sempre diferentes, é sempre inebriante o espectáculo que se abre perante nossos olhos quando nos abeiramos do rio.

As flores são mais efémeras ainda do que os azulejos...





Restos...um dos meus miúdos um dia confessou-me que também, em seu tempo tinha comprado secretamente umas latas de tinta e espalhado uns tags pelas paredes - ou era naquele tempo ou nunca mais, disse-me ele, e eu compreendi, todos crescemos...

Este post é um pouco como ir à pesca : apanhámos o que veio à rede e fizemos uma caldeirada...




As paredes vão tendo pichagens como as árvores folhas - questões de época...

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