As Festas de S. João Baptista...neste ano de 2020





Este vírus colocou-nos em suspenso...a nós e às nossas vidas.
Até às nossas tradições!

Esta seria a altura de celebramos São João Baptista em Alhandra.
Haveriam sardinhadas, petiscos, bailaricos, música, foguetes e alegria.
E o Santo desceria ao rio e navegaria nele, como o faz todos os anos!

Mas este vírus colocou-nos em suspenso e este ano o silêncio caiu sobre o recinto e até o rio parece mais vazio.

Mas apesar disso encontramos bonança na tormenta.
As sardinhas assam-se em recato, mas as casas enfeitaram-se e espelham a nossa vontade e bravura de seguir em frente com Esperança.

Adiadas para 2021 ficam assim as Festas Populares de Alhandra em Honra de São João Baptista.
Na nossa memória ficarão intactas as fotografias da nossa Coragem.


                                                                                   *                                                                              

"Para se fundamentar a origem das Festas de São João, há que recordar a já desaparecida igreja da Misericórdia, e que esta Vila até meados do século XVI, fazia parte da freguesia de S. João dos Montes.
Em 1558, o cardeal arcebispo de Lisboa, D. Henrique, donatário desta terra, entendeu dever formar dela duas freguesias, conservando o mesmo orago. Ordenada a divisão, o templo que existia no local onde hoje se ergue o Mercado de Alhandra, e que até então era uma ermida da invocação de Nossa Senhora da Piedade, tratou-se um templo maior e foi escolhida para matriz da nova paróquia, mudando-se-lhe o orago para S. João Baptista. Mas, para a distinguir da primitiva freguesia, chamou-se a esta S. João da Praça, o que fez com que até hoje o largo ali adjacente, assim ficasse popularmente conhecido até hoje: Largo da Praça.
Esta igreja da Misericórdia e que o camartelo irreverente, para não se lhe dar outro nome, a deitou implacavelmente a baixo em 1927, ainda em muito bom estado de conservação, teve como vimos primeiramente a invocação de Nossa Senhora da Piedade e sucessivamente as de S. João da Praça e por fim de Senhor Jesus da Misericórdia, após nela se ter colocado a culto em 1721, um crucifixo com a sua imagem.
Os marítimos tinham muita devoção a esta imagem, ao que estes faziam ao Senhor Jesus da Misericórdia pomposas festas no dia 26 de Dezembro de cada ano. A imagem, segundo a tradição foi trazida da Índia pelo grande alhandrense D. Luís da Sá e Menezes que, por sua morte, a legou à classe marítima do seu torrão natal.
No entanto, era a festa em honra de Nossa Senhora da Guia, então a festa principal da vila depois que a de S. João lhe cedeu o lugar. A ela acorria grande multidão e particularmente a numerosa e importante classe varina e marítima da vizinha Vila Franca. Realizava-se na segunda-feira de Pascoela.
Contudo, com a implantação do regime constitucional monárquico, Alhandra foi a terra preferida para os desenfadamentos reais no campo da tauromaquia. O que com as corridas realizadas nos anos de 1840 a 1843, onde por ocasião das festas de S. João, as viria a reavivar e as retornar grandes, numa das quais, em 1840, a própria Rainha D. Maria II, foi a juíza deste orago."

Casimiro Gonçalves, tendo como base Francisco Câncio e Guilherme J.C. Henriques






















































































































Maria Frazão
24 de Junho de 2020




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